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Sindafep celebra Dia dos Avós em matéria especial neste 26 de julho

Para comemorar a data, convidamos filiados do Sindafep para contarem suas experiências com a “voternidade”

Neste domingo, 26 de julho, é comemorada uma data muito especial para todas as famílias: o Dia dos Avós. A comemoração tem como base a fé católica e é referente ao Dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus. O objetivo da data é homenagear aqueles que enchem seus netos com muito amor e carinho, que nos trazem diversos ensinamentos e com quem podemos contar sempre.

A data ganhou força quando uma senhora portuguesa, Ana Elisa do Couto, conhecida como Dona Aninhas, passou a defender a celebração da data, já que ela não era muito difundida, como no caso do Dia das Mães e dos Pais, por exemplo. Ela viajou para diversos países como Estados Unidos, Espanha, França e Brasil, defendendo que o Dia dos Avós tivesse mais reconhecimento. A data para comemoração em outros países é diferente da escolhida por Brasil e Portugal, mas o objetivo é o mesmo.

Os avós são os alicerces das famílias. Vistos como aqueles que mimam e dão presentes, eles também têm um papel fundamental na criação dos netos, pois, com a sua experiência de vida, auxiliam seus filhos para se tornarem bons pais. É nosso dever, enquanto filhos e netos, cuidarmos de nossos avós, retribuindo os anos de cuidado que eles tiveram conosco.

Por isso, o Sindafep conversou com duas vovós e um vovô sobre a importância da “voternidade”. Os entrevistados são a Auditora Fiscal aposentada Eduvirge Ferro, de 75 anos e que tem três netos, a pensionista Maria Aparecida Justino de Souza, de 73 anos e que tem sete netos, e o presidente da entidade, Osmar de Araújo Gomes, que têm três netos e mais um a caminho.

Qual a melhor coisa em ser avô/avó?

Eduvirge Ferro: Ser avó é a melhor coisa do mundo. Quando você é mãe você acha ‘nossa, meus filhos foram um presente de Deus’. Quando os filhos crescem e te dão um neto, aí você vê que o presente de Deus é ainda maior. Você quer fazer para o seu neto o que não pode fazer para o teu filho. Como a gente sabe a maneira que educamos os nossos filhos, nós ficamos tranquilos na educação dos netos, mas dá uma vontade de interferir... Quando meus filhos brigam com eles dói no meu coração. É um amor incondicional, só quem é avô e avó sabe a intensidade desse sentimento. Eu tenho netos de sangue e de coração, mas para mim são iguais, amo todos eles da mesma forma.

Osmar de Araújo Gomes: Você curte, você brinca, estraga tudo o que a mãe e o pai fizeram de cuidado [risos]. Eu procuro sempre respeitar o que os pais fazem, por mais que você dê o carinho, aquele apoio, você tem que explicar que os pais dele estão certos, que aquela medida é necessária. A parte gostosa é essa, de você estar num momento bom, brincar, mas dá um sufoco, eles têm uma energia que olha. É prazeroso, você se sente realizado tendo os filhos, depois os netos, e dar sequência na sua geração.

Maria Aparecida de Souza: Eu tenho netos de todas as idades. A mais velha tem 25 anos e a mais nova tem 2 aninhos. Então é ótimo ser avó porque você vai vivendo todas as fases. Eu sou muito amiga das minhas netas, estão sempre comigo. E agora veio a pequenininha, tão lindinha, eu me derreto toda.

Como tem sido durante a pandemia?

Eduvirge Ferro: Neste momento eu estou morando uma semana na minha casa e outra na casa de um dos meus filhos, por conta do trabalho dele. Como meus netos não estão tendo aula, eu fico com eles em casa.

Osmar de Araújo Gomes: Nós estamos tomando todo os cuidados. Os netos não têm saído a não ser para vir aqui em casa, não temos levado eles para outros lugares. Com o neto mais distante [mora em Ponta Grossa] a gente toma mais cuidado para ir vê-lo. Nós avós, que somos mais vulneráveis e grupo de risco, temos que tomar todo o cuidado para evitar que o momento de lazer e brincadeira com o neto agora impossibilite de continuar fazendo isso no futuro.

Maria Aparecida de Souza: A relação está sendo mais virtual, quando um faz aniversário a família se reúne e falamos por videoconferência, com a que mora fora do país também, toda semana. Com a pequena meu filho sempre coloca ela para falar comigo pelo celular. Nesta pandemia se tornou um hábito falar por vídeo, mas a saudade é muito grande, dá vontade de apertar, abraçar e não podemos fazer isso. É muito complicado. Todo final de ano a gente passa com os filhos e os netos, e esse ano não sei como vai ser ainda.

Você acha que os avós mimam demais os netos?

Eduvirge Ferro: Com certeza! Eu não faço mais porque meus filhos não deixam. Se eu pudesse eu iria todo dia no shopping, comprava tudo o que eles quisessem de brinquedo, dava de comer tudo o que eles quisessem. O sentimento que eu tenho pelos meus netos é, talvez, maior do que eu dei para os meus filhos. Hoje eu tenho mais tempo, mais dedicação, a situação financeira é outra, então é diferente.

Osmar de Araújo Gomes: Com certeza! Eu falo por mim e minha esposa, a gente sempre faz além da conta, mesmo sabendo que não é o certo. As vezes a gente se pega assim ‘vamos parar um pouco para não prejudicar eles’. Nós temos que tomar o cuidado para não exagerarmos com os mimos para os netos, muitas vezes pelo fato de nós termos condições de dar algo que a criança quer e os pais não podem, daí fica aquilo de ‘o vovô e a vovó fazem e vocês não fazem’. Então é necessário ter esse cuidado. 

Maria Aparecida de Souza: Eu sou uma avó um pouco ausente pela distância [maioria dos netos vive em Guaratuba e Maria em Curitiba]. Um dos meus netos morou comigo seis anos por causa da faculdade. Eu busco ser uma avó amiga, ajudar no que eu posso.

Qual o papel dos avós na vida dos netos?

Eduvirge Ferro: Brincar, assistir desenhos. Eu conheço uma porção de desenhos que assisti com eles. Fazer tudo o que a gente não teve tempo de fazer com os filhos, principalmente brincar. Fazer tudo que eles querem para que os filhos briguem com a gente depois [risos]. Lamento não ter podido fazer mais pelos meus filhos, mas hoje eu estou mais tranquila, em casa, então eu vou bajular meus netos.

Osmar de Araújo Gomes: Eu acho que é dar o carinho necessário porque os pais nem sempre têm tempo para isso, eles estão preocupados com o emprego, em suprir as necessidades das crianças, então fica pouco tempo para atendê-los nas brincadeiras. Então o papel dos avós é dar o carinho e o lazer, os bons momentos para os netos. Mas também não podemos dar um cuidado excessivo para não prejudicar a formação deles, de não ter limites, porque nós avós acabamos sendo mais permissivos e os pais já cobram mais. Esse é o papel dos avós: saber dar carinho na medida certa, deixando que a educação seja dada pelo pai e pela mãe.

Maria Aparecida de Souza: O nosso papel é dar bons conselhos, ensinar para eles tudo o que aprendemos durante a nossa vida e dar todo o apoio naquilo que for necessário para que tenham uma boa educação e cresçam com os valores que os meus filhos também foram criados. É ser muito amigo em todas as horas.

Qual o maior desafio em ser avô/avó?

Eduvirge Ferro: A tecnologia, porque o que os meus netos sabem, em matéria de internet e celular, eu fico muito longe deles, eu não sei nada do que eles fazem. É impressionante como eles dominam a tecnologia, entram no computador, sabem o que vão fazer. Eu tenho o meu computador, as coisas que eu utilizo já estão salvas, eu só vou lá e clico. Eu fico abismada com o que eles conseguem fazer com a tecnologia. Essa é a maior distância entre eu e os meus netos.

Osmar de Araújo Gomes: O maior desafio é a preocupação com o estudo e a profissão deles. ‘O que vai ser essa criança?’. O mais velho tem sete, os outros vão fazer cinco e com um nascendo em dezembro, nós vemos nesse mundo com diversos problemas e nos preocupamos em como eles vão viver com falta de água, com o colapso em várias áreas. Nós sempre queremos fazer de tudo por eles, principalmente o que nós não fizemos pelos nossos filhos, nós queremos compensar com os netos. Então nos preocupa muito.

Maria Aparecida de Souza: Ser avó é mais que ser mãe, é ser mãe duas vezes. A gente mima mais, cuida mais, tem mais preocupação do que com os filhos. As vezes os pais não têm tanta preocupação como nós temos. A gente se preocupa sempre com eles.
 

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